Com Fernanda Assis
Os próximos anos serão desafiadores. A emergência climática é uma realidade, a pobreza e a desigualdade social são uma crescente. Ainda há muitos trabalhadores com direitos básicos suprimidos e exercendo suas atividades em condições precárias. As mulheres ainda são minoria em cargos de liderança e seguem recebendo 19,4% a menos do que os homens (segundo o primeiro Relatório de Transparência Salarial divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego-MTE).
Ainda há um longo caminho a ser percorrido para o alcance das metas globais e o tempo para as mudanças está acabando. E, nesse cenário desafiador, as empresas precisam entender a urgência na transformação dos seus negócios!
Atualmente, não há mais espaço para “greenwashing”. Sustentabilidade não pode se limitar a projetos isolados que servem essencialmente como pauta para ações promocionais de marketing. Diversidade e inclusão não significam contratar alguém “fora do padrão”, e igualdade de gênero não se restringe à mera contratação de mulheres pelas empresas. E, indo além, direitos humanos não se resumem às práticas de sua própria empresa, mas engloba também as práticas de todos os terceiros envolvidos em sua cadeia de valor.
É hora de desviar o olhar do próprio “umbigo” e voltar a visão para fora! As empresas precisam se preocupar não apenas com suas próprias medidas de redução de impactos ambientais e responsabilidade social; é preciso verificar também como os seus parceiros, clientes e fornecedores estão lidando com essas temáticas.
E por que não dar as mãos aos stakeholders e desenhar uma forma de juntos se adequarem às melhores práticas, manterem relações íntegras e desenvolverem negócios sustentáveis?
As empresas precisam assumir seu papel de agentes de transformação e voltar seus olhares, energia e investimentos de dentro para fora, para entender o que de fato está acontecendo no mundo e como seus negócios podem impactar positivamente essa realidade. Isso é responsabilidade corporativa e o caminho para o desenvolvimento de negócios realmente sustentáveis!
O ESG deve estar na pauta do dia dos tomadores de decisão e ser visto como uma agenda multidisciplinar e transversal nas empresas, e principalmente como uma responsabilidade de todos. As empresas precisam focar em projetos e ações que tragam valor não apenas aos seus negócios, mas para toda a sua cadeia de valor e para a sociedade em geral. Para isso, uma governança corporativa bem estruturada é fundamental.
A pressão por negócios sustentáveis não vem apenas do governo e órgãos de controle. Os consumidores, trabalhadores e a sociedade em geral estão cada vez mais conscientes sobre os problemas que acometem nosso planeta e se tornam importantes agentes de fiscalização. Para além das exigências legais, estar em conformidade com as melhores práticas de ESG é um passo importante para as empresas que desejam longevidade. Adequar-se, não é mais uma opção!
“À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”. Para o ESG, a lógica é a inversa: não adianta uma empresa promover-se como sustentável, ela precisa de fato ser!
